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A união Marketing e Relações Públicas por um novo modelo de Comunicação

Texto sincero e bastante pertinente sobre Relações Públicas e Marketing que Leo Bragança postou no dia do RP (02.12) no site www.comuncacao.etc.br

Segue, espero que gostem tanto quanto eu.



Entrei na faculdade como postulante a redator publicitário. Criava peças para portifólio sem parar, estava alucinado com o momento que a publicidade brasileira vivia, reconhecimento internacional, mercado carioca respirando bons ares, tudo muito lindo. Até que a vida me joga no RH de uma multinacional para cuidar de comunicação para o funcionário. Textos chatos, quadros de aviso de feltro verde e uma infinidade de vícios corporativos desprezíveis, como este que dá nome ao blog (por ironia, claro).

Esse desafio me distanciou do mercado publicitário e me fez olhar a comunicação de modo mais aberto, com mais possibilidades. Para aumentar de vez essa visão, tive a oportunidade de conhecer o Marcio Rolla, super profissional de comunicação, em um curso do Senac. Marcio tinha acabado de revisar o livro “A Queda da Propaganda”, do sempre polêmico Al Ries, e me indicou a leitura. O livro trata da importância da mídia espontânea e o quanto a propaganda tradicional não consegue mais tanto efeito em persuadir as pessoas. Estamos falando em 2003 ainda, ou seja, pouco antes da explosão das redes sociais. E o curioso é que o livro fala muito pouco em internet.

Mas já que falamos nela, a internet está mudando completamente o modo com que nos comunicamos e também como queremos nos relacionar com as empresas e suas marcas. Não é mais na propaganda da TV que eu e você vamos nos manter fiel à uma marca. Pelo contrário, isso hoje é muito vulnerável pois com as redes sociais temos “potencial de voz” igual à das empresas. E vai se dar bem nesses novos tempos quem conduzir ações estratégicas, no momento certo, para o público certo, pelos meios certos. Tudo muito óbvio? Concordo, mas por que então as empresas não estão tomando este caminho?

O profissional de RP sempre foi colocado no final da lista de prioridades da comunicação. Era o cara do press release e do álbum de clippings. Também pudera, a única forma de conseguir publicidade gratuita era pela mídia de sempre (TV, rádio, jornais etc.). Daí o marketing voltava-se à propaganda apenas, ficando de costas para RP. O resultado disso é esta chuva diária de slogans, mensagens de “compre agora” e “ligue já”, que até já tiveram efeito. Hoje não mais.

E quem mudou isso? Ele, o então esquecido profissional de RP. Aqueles milhões investidos em relacionamento com a mídia passou a ser direcionado para trabalhos direcionados, mais comprometidos com resultados e muito menos com oba-oba. A internet possibilitou e muito esta mudança, com o trabalho de otimização da marca pela rede, das mais diferentes formas. Sempre usando a tecnologia como ferramenta, claro. Tem muita gente fazendo bobagem por aí, colocando a tecnologia como o diferencial, enquanto o grande diferencial continua sendo o ser humano, pois é ele quem opera tudo isso.

A união marketing e RP trouxe autenticidade à comunicação. O espaço para truques e mentiras é cada vez maior. Mais: De forma livre e espontânea. Sempre dou o exemplo do site Coma com os Olhos, porque ele é retrato de algo que sempre vimos na nossa cara, mas só agora estamos dando conta. A publicidade sempre nos fisgou. Sempre nos mentiu. Hoje temos regulações diversas, mas há um tempo atrás a publicidade nos vendeu o cigarro como algo bom, que nos ofereceria personalidade. Estou falando de um rolo de toxinas. De algo que mata. A propaganda mente. Nos chama ao “mundo de Marlboro” sem nenhuma responsabilidade do que o produto anunciado pode fazer por nós.

A comunicação do futuro é aquela que nos oferece meios de pensar. Pensar inclusive se aquela empresa de menor porte, que está fazendo uma ação redonda de mídia espontânea, não pode conquistar um lugar em nossa mente do que aquela que por anos e anos trovejou em nossas cabeças com publicidade. Até o branding entrou neste barco. O case da marca Oi é um grande exemplo. Pra que ser apenas uma marca de serviços de telecomunicações? A Oi aproxima sua marca de inúmeras ações culturais e já experimentou até entrar em nosso guarda-roupa, em parceria com a marca Sandpiper. Acredito que tenha sido uma ação pontual, mas válida. Foge da propaganda, do habitual, do “ser mais um”.

A nova comunicação veio para oferecer novas possibilidades e negócios para as empresas. As relações públicas se tornaram realmente públicas, pois antes eram focadas na mídia. Os profissionais de comunicação que terão destaque daqui para a frente, em especial os publicitários, terão que deixar de lado seus prêmios e egos para se preocupar com a comunicação e direta com seu público. Não importa a ferramenta. Hoje são os blogs, o Twitter, mídias digitais diversas. Amanhã pode mudar tudo isso, ser criado um novo modelo, o tal “3.0” que alguns apressados já denominaram. Com o profissional de marketing trazendo a criatividade que sempre amparou a propaganda e o relacões públicas trazendo seu foco em pessoas, a comunicação tem muito a ganhar. Parabéns aos profissionais de RP. Sem vocês, a comunicação mercadológica já teria entrado em descrédito.

Comentários

Tenório disse…
É complicado essa união pq no mercado atual essas "fusões" deixam meio q confuso a função de kd um dentro das próprias empresas. O pessoal de RH reclama q o pessoal do MKT quer cuidar das pessoas no PDV e não do PDV. Os publicitários reclamam q saun usados apenas como ferramenta do pessoal de MKT q não aprovam seus trabalhos. A publicidade não é uma ferramenta do MKT??? Nossa e agora tbm tem marketeiro querendo ser relações públicas! Qual o verdadeiro lugar de cada um??? RP e comunicólogos ao invés de unirem-se "brigam" querendo ter mais espaço. Empresas estejam atentas para poder ganhar...
Dani Cabraíba disse…
Vai ser sempre complicado esse negócio de divisão de áreas mas com bons profissionais de comunicação trabalhando juntos, acredito que não tem por que confusão...Valeu pelo comentário!!!

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