Pular para o conteúdo principal

Para não dizer amém...

Já virou clichê dizer que toda crise é uma oportunidade. Mas no caso da área de comunicação, a crise, não exatamente esta que vivemos hoje, mas qualquer turbulência sem maiores consequências, se transformou mesmo numa boa desculpa para não se enxergar um pouco além dos nossos narizes.

A era do 'tudo para ontem' vem embotando a criatividade dos profissionais de comunicação, inclusive os mais capacitados, que se esmeram em responder a alarmes falsos e a apagar incêndios forjados pelos executivos das grandes corporações. Na maioria dos casos, as crises que eles propalam não passam de espasmos. Na ânsia de acertar, atiram para todos os lados em busca de respostas - ou de culpados - para os prejuízos dos acionistas.

Uma navegada de alguns minutos pela internet é um indicativo da paralisia que toma conta dos profissionais de comunicação. Excetuando os sites de negócios - e os noticiosos, vá lá -, dificilmente encontraremos uma página atualizada naquele dia, ou com muito boa vontade, no dia anterior.

Desculpas não faltam. E a mais comum é a de que não temos recursos avançados em Tecnologia da Informação. Conversa fiada. Há anos apertamos a tecla "enter" para confirmar o voto no candidato de nossa preferência. Há sete, oito anos, ouvi um conceituado jornalista brasileiro perguntar a um executivo francês o que ele, um profissional egresso do primeiro mundo, achava da informática brasileira. Na certa, o jornalista esperava uma resposta na linha de que o atraso em TI impedia que o Brasil fosse competitivo em outras áreas. Só que a resposta surpreendeu.

Começou assim: "Há quanto tempo vocês fazem declaração de renda pela internet no Brasil?", perguntou, já respondendo. "Pois é", continuou, "no próximo ano eu farei parte de uma pequena e privilegiada amostra de franceses que testará o processo eletrônico no nosso país".

O fato é que dispomos de uma extraordinária infraestrutura de TI, mas não sabemos usá-la a nosso favor. Não só para produzir sites, mas também rádios e TVs, aproveitando as facilidades, incluindo os custos baixos, oferecidas pela internet. Ah, nestes tempos bicudos não existe verba. Já ouvimos isso nas décadas de 1970, de 1980, de 1990, no início do século 21 e certamente a desculpa será dada até quando soarem as trombetas do Apocalipse.

Culpar a crise, o Brasil e a falta de recursos não levará a comunicação a lugar algum. Pode parecer óbvio - e como ainda se recusam a enxergá-lo! -, mas a hora é de arregaçar as mangas. Infelizmente, há muita gente importante no meio empresarial que ainda não se convenceu de que comunicação é estratégica e contribui para os resultados do negócio. Afinal, para que serve a comunicação? Só para dizer amém?

*Marcos Marçal é consultor de comunicação em Belo Horizonte/MG e Ana Amélia Gouvea é diretora da BHPress, agência com sede na capital mineira.

**artigo do site da aberje

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Do que as Mulheres Gostam?

Lancei na minha turma de Mercadologia um desafio. Fazer a melhor resennha do filme de Mel Gibson e Helen Hunt - Do que as Mulheres Gostam - conectando com todos os assuntos dado em sala. A aluna Maria Eliane Vieira Feitosa ganhou o desafio e um livro sobre Marcas e como achei o trabalho muito bom vou disponibilizar aqui. Abs, Dani Cabraíba DO QUE AS MULHERES GOSTAM INTRODUÇÃO No filme, Nick Marshall interpretado pelo ator Mel Gibson, é um executivo de sucesso, que trabalha em uma agência de publicidade em Chicago e lida diariamente com a batalha dos sexos, tanto pessoalmente como profissionalmente. A vida de Nick muda totalmente com a chegada de uma nova chefe para a agência, e com ela foram aderidas muitas campanhas de publicidade voltadas para o público feminino. Apesar de seu charme e sucesso com as mulheres, ele nunca deu a mínima para o que elas pensam ou dizem, mas terá que mergulhar neste novo mundo para atender às necessidades e exigências de sua chefe, mas as coisas ficam ma

Como a Internet mudou a forma de nos comunicarmos?

  Em seu livro O poder da comunicação, o sociólogo e professor universitário Manuel Castells define o ato de se comunicar como “compartilhar significados por meio do intercâmbio de informação”. No entanto, ainda segundo o autor, “com a difusão da Internet, surgiu uma nova forma de comunicação interativa, caracterizada pela capacidade de enviar mensagens de muitos para muitos, em tempo real ou em um momento específico”. Em outras palavras, se até pouco tempo atrás os meios de comunicação podiam ser considerados “unidirecionais” -- ou seja, emissores de mensagens generalistas, que eram enviadas a partir de um único ponto para muitos receptores indiferenciados, através de livros, jornais, filmes, rádio e televisão --, hoje em dia, qualquer usuário pode não só criar e emitir a sua própria mensagem personalizada, como também prever e definir o perfil de seus possíveis receptores, sejam eles seguidores no Instagram, inscritos no YouTube, conexões no LinkedIn, ou contatos no WhatsApp. De acor

O que é Marketing de Afiliados e como você pode ganhar dinheiro com isso?

  O Marketing de Afiliados é uma estratégia de divulgação no ambiente online que conta com a ajuda de afiliados que são encarregadas da promoção da marca. Ficou interessado em se tornar um afiliado? Então confira este conteúdo Já f az alguns anos que o termo Marketing de Afiliados ganhou a internet, mas muita gente ainda tem dúvidas sobre o que realmente ele significa na prática. Essa forma de se trabalhar com o  marketing  é muito popular e vem fazendo com que pessoas consigam obter dinheiro com a internet, sem a necessidade de realizar grandes investimentos. Se você tem dúvidas a respeito do tema ou ainda não sabe qual alternativa do Marketing de Afiliados é a mais viável para a sua realidade, acompanhe o post de hoje e esclareça, definitivamente, as principais questões! O que é Marketing de Afiliados? Principalmente na última década, a internet tornou-se um ambiente fértil para empreendedores e até mesmo para aqueles que não estão totalmente inseridos no mundo dos negócios, mas busc