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Quem são e por que as marcas não entendem os consumidores infantis

 Filhas da tecnologia, as crianças de hoje nascem inseridas em um mundo recheado por telas touchscreen, celulares com comando de voz, videogames sem joystick e multi-aparelhos com multi-tarefas. Nesse contexto mutável, as marcas passam por dificuldade por não entenderem quem são e o que querem os consumidores infantis.

 Segundo a pesquisa “Infância Influente”, realizada pela TNS Global, com foco em crianças de seis a 11 anos, o objetivo das empresas têm de ser na geração de experiências para criação de vínculos afetivos. Ainda que os pequenos não entendam as mensagens com a mesma propriedade que os adultos, mesmo porque não desenvolveram o raciocínio abstrato totalmente, podem referenciar as marcas por meio de seriados, personagens e ídolos.

 Nesse cenário, as empresas devem definitivamente entender que as crianças de hoje definirão os tipos de consumidores do futuro. As mudanças não serão rápidas, mas é preciso correr contra o tempo. “A infância está mais tecnológica, mas crianças continuam sendo crianças: elas querem explorar, brincar, saciar curiosidades, experimentar. Ávidas, abertas e destemidas frente a novas possibilidades, absorvem informações mais rápido”, diz Alexandre Momma, responsável pela pesquisa.

 Cinco tendências de consumo infantil 

O entendimento das marcas em relação a quem são e o que desejam os consumidores infantis e que tipo de consumidores eles se tornarão, aponta para cinco tendências do mercado, segundo o estudo. A primeira delas é a compreensão que os pequenos têm do domínio da tecnologia: eles utilizarão cada vez mais, com mais facilidade, e absorverão mais rápido os aparatos tecnológicos naturalmente.

 O segundo ponto é que as empresas precisam entender que as crianças não atuam apenas como receptoras de informação, mas também como emissores. “O poder social já é forte e será potencializado pelas redes sociais. Os pequenos opinam, repassam, influenciam e são influenciados”, explica.

Em terceiro lugar está a autosuficiência, quando buscam informações e elas devem estar disponíveis onde e como quiserem. “Dessa forma, os processos de compra e pontos de venda precisarão de um update quanto a preços, produtos e vendedores, por exemplo”.;A quarta tendência é o conteúdo espontâneo, que cresce não só em presença, mas em importância. Segundo o estudo, a mensagem da marca não pode entrar em dissonância com a mensagem sobre a marca.

A última tendência é quanto à participação. Em um cenário bastante ativo, os consumidores buscarão adequar o que consomem às suas necessidades e valorizarem produtos em que tenham voz, desde que o objetivo não seja apenas comercial.

Diálogo certo, vínculo criadoInfância Influente,TNS Global,pesquisa,consumidores infantis,crianças De forma quase natural, marcas como a Fiat e a Estrela são exemplos de sucesso quanto à tendência de diálogo com as crianças. A montadora lançou o Uno Passeio e o Uno Elétrico, versões infantis do Uno. Já a Estrela relançou o jogo “Banco Imobiliário” trazendo como opção a forma de pagamento em cartão de crédito com a bandeira Mastercard. Outras marcas também entraram no universo infantil: os jogadores podem comprar ações de mentirinha da Vivo, Itaú, TAM Viagens, Nivea e Ipiranga.

As marcas têm de oferecer formas de desenvolvimento e quem fizer parte desse momento começará a criar vínculos. É natural. Não é empurrar para o consumo, mas gerar experiências e benefícios para essas crianças. As marcas têm de ser preparar hoje para o que esse consumidor pode ser no futuro”, afirma Alexandre Momma.

;A presença das marcas no dia a dia das crianças cria uma relação duradoura, por meio da geração de experiência. A partir de ações que criem uma espécie de parceria entre público infantil e a empresa, os resultados poderão ser positivos para ambos os lados. “A criança se diverte e futuramente resgatará as memórias, com uma origem no afeto pela marca”, completa Momma.

Depois de adultos, as memórias da infância também ganham continuidade e passam de geração para geração. Um case de sucesso é o seriado Chaves. Há 31 anos no ar pelo SBT, o programa mexicano é relembrado por pais, que compartilham com os filhos as trapalhadas dos personagens. A criação do desenho do Chaves, em 2006, e a ativação do mesmo por meio do McLanche Feliz, do McDonald’s, em que as crianças ganhavam bonequinhos no kit, são exemplos de um sucesso que sempre se renova.

Outro exemplo é a Lego. Criada nos anos 1950 e febre nos anos 1980, a empresa caiu no esquecimento nos anos 2000,Infância Influente,TNS Global,pesquisa,consumidores infantis,crianças chegando a fechar fábricas e demitir mais de 3.500 funcionários. No Brasil, a marca fechou as portas em 2004 e voltou em 2006, após reestruturação mundial. Entre as iniciativas que resgataram o sucesso da marca, estão ações de licenciamento que permitiram lançar peças temáticas, como do filme Star Wars e de super heróis, fazendo com que o brinquedo agradasse crianças e adultos.

“Conheço adultos com mais de 30 anos que colecionam Lego e vi esses dias uma cena que chamou atenção: uma criança com os ‘óculos canudo’ do Chaves na rua. Obviamente ela gosta do desenho, mas deve ter o fator influenciador dos pais. Nem sempre o seriado ou desenho são ótimos, mas se ele consegue resgatar experiências e sentimentos é o importante. Esse tipo de transporte que precisa acontecer e não está acontecendo”, pontua Momma.

*disponível em: http://mundodomarketing.com.br/reportagens/pesquisa/24636/quem-sao-e-por-que-as-marcas-nao-entendem-os-consumidores-infantis.html

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