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As mídias sociais no dia a dia das empresas, na visão do Gartner Institute

Camila Leporace, de O Livreiro

As mídias sociais, com os novos paradigmas que representam e a indiscutível revolução atrelada ao seu significado, ainda são um mistério para muitas empresas. É um grande desafio entender a melhor maneira de aplicá-las ao dia a dia das organizações, trazendo resultados concretos e evitando erros tradicionais.

A analista do Gartner Institute Carol Rozwell, que faz parte da liderança do Gartner's Social Software and Collaboration Team, esteve no Rio de Janeiro na quinta-feira, 12 de maio, para ministrar a palestra 'How to Develop a Social Media Strategy'. O evento foi pontuado por dicas fundamentais para quem quer entender melhor a aplicação das mídias sociais nos negócios.

Carol falou aos presentes sobre o que chamou de os cinco P´s das mídias sociais: 'Purpose', 'Participants', 'Place', 'Process' e 'Performance'. Em português, 'Objetivo', 'Participantes', 'Local', 'Processo' e 'Desempenho'. Ao se pensar o 'Objetivo', vale levantar questões como: por que usar mídias sociais? O que se espera do uso delas? Como será aplicado o que for ganho com seu uso?

Por 'Participantes', entenda-se quem será o responsável pelo direcionamento da estratégia e quem usará as mídias sociais. O “Local” define onde se dará o engajamento: em sites institucionais? Em redes sociais? Comunidades? Publicações online? A partir da atuação de influenciadores-chave em vários locais? O processo relaciona-se à mensagem que se deseja passar, ao monitoramento das ações, à análise das respostas à ação desenvolvida, entre outros aspectos relacionados ao conteúdo da estratégia. A “Performance” ou o “Desempenho” seria a forma de medir o uso das mídias sociais. Como evoluir as iniciativas com base nas experiências que tivemos?

Não se pode, ainda segundo a especialista, deixar de refletir sobre algumas questões ao fazer uso das mídias sociais para um negócio. “Estamos preparados para sair do modelo centralizado para o colaborativo? Para deixar empregados trocarem ideias livremente – entre si, com colaboradores externos, diretamente com quem os lidera? Para lidar com a percepção, ainda persistente, de que as mídias sociais consomem tempo que deveria ser usado para ‘produzir’?”

Carol apresentou ainda o que definiu como os cinco erros mais críticos observados no desenvolvimento e na aplicação de estratégias de mídias sociais. O primeiro seria a incongruência entre a proposta realizada e as expectativas dos envolvidos, tanto da empresa responsável pelas ações como do público-alvo.

O segundo erro grave seria a desconexão entre os processos usados para as mídias sociais e os outros processos da empresa. Um terceiro seria a multiplicidade de esforços sem uma coordenação, um direcionamento (o que comumente chamamos de “atirar para todos os lados”). A analista chamou de “Monólogo” o que seria a pouca exploração do potencial das mídias sociais para o debate e a colaboração. E, por último, Rozwell apontou a falta de autenticidade: os projetos que não têm motivação, energia ou paixão. Isso impede que pessoas que representam organizações ajam com naturalidade, sendo elas mesmas e exercendo sua criatividade.

Para que exista uma percepção mais concreta do resultado da estratégia aplicada, é fundamental o monitoramento das ações. Carol destacou que, ainda que não se tenha a noção exata do retorno sobre o investimento realizado (ROI), é fundamental ter noção do valor agregado por tais iniciativas. Segundo a especialista, o uso das mídias sociais pode ajudar muitos setores de empresas, sejam os mais comumente associados a essas iniciativas ou aqueles que ainda não são diretamente relacionados a uma comunicação nesse formato – entre eles, call center, contratação de pessoas, marketing, vendas e desenvolvimento de produto.


Camila Leporace é Analista de Comunidade da rede social O Livreiro, voltada para quem gosta de ler.

*material do site Nós da Comunicação, disponível em: http://www.nosdacomunicacao.com/panorama_interna.asp?panorama=413&tipo=G

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