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Bancos enfrentam desafio de criar redes sociais para funcionários

Claudiney Santos

Conectar 120.770 funcionários, 5.103 agências e 1.637 postos de atendimento bancários em 23 países, em todos os continentes são alguns dos números que dão uma idéia do projeto da rede colaborativa que o Banco do Brasil está desenvolvendo. A informação é de Alberto Luiz Gerardi, executivo do banco estatal, que participou do painel sobre Plataforma Corporativa de Colaboração, nesta quinta-feira, 16, no Ciab 2011, congresso e exposição de tecnologia da informação das instituições financeiras, que acontece em São Paulo.

Ele explica que, no passado, a rede estava baseada em um sistema de correio desenvolvido em software Natural e banco de dados Adabas, com uma interface de texto em terminal IBM 3270, com a qual os funcionários estavam acostumados, o que fez com que houvesse certa reação quando da adoção de uma nova plataforma de colaboração, que oferece mais recursos e interatividade.

De acordo com Gerardi, a rede colaborativa do BB tem o objetivo de compartilhar conhecimento como, por exemplo, melhores práticas; agilidade, para que as decisões ocorram de forma mais rápida; comunicação, para que as mensagens ocorram não só da forma top down, mas também de forma ascendente, para que a gerência tenha feed back dessas mensagens e também entre os próprios funcionários; eficiência, como acontece com uso de web conferencia ou e-learning para treinamento, o que reduz custos com viagens, economia de papel, etc.

Hoje a nova plataforma oferece e-mail, mensagens instantâneas, conferência na web, e-learning, bate-papo, compartilhamento (nessa instância, os funcionários podem ter seus blogs, agenda, página para as equipes etc.) e mobilidade. O Banco do Brasil escolheu a IBM para esse projeto adotando as ferramentas Lotus Notes, Sametime, Quickr e Workplace Colaborative.

Nesse ambiente, construído com o Elgg, software de código aberto de rede social escrito em PHP com banco de dados em MySQL, está em projeto uma rede social batizada de "FunciBook" (de funcionário e Facebook). Nele existem as funções de agência de notícias, wiki para uso da universidade corporativa do BB, blog para os funcionários (em Wordpress) etc.

"Nosso desafio por um lado é implantar a cultura, pois as pessoas têm medo de usar. Mais de 30 mil funcionários esta acima de 45 anos de idade. Por outro lado, é o excesso de mensagens", explica Gerardi.

Segundo ele, o importante é que as áreas de TI e negócios estejam alinhadas e participem em conjunto, pois uma iniciativa desenvolvida por apenas um do lados fatalmente irá fracassar. Outros desafios listados para o funcionamento pleno dessa rede colaborativa é dispersão geográfica, que implica na questão dos custos de comunicação, principalmente para agências situadas em locais distantes, como na Amazônia ou no Exterior, e a concentração de uso apenas de e-mail, pois o conceito de compartilhamento não esta bastante disseminado nas agências.

Criação do conhecimento

Também participou do painel o diretor da Sciere Consultores, Edson Fregni, que ressaltou que a criação do conhecimento não é troca de informações, pois esse é um atributo da mente humana. "As redes sociais dão poder ao indivíduo e fizeram emergir o coletivo, que passou a ter voz única", afirmou ele, alertando que as redes sociais corporativas têm de levar em conta o propósito de cada organização. "Para uma rede social dar certo é preciso ter um propósito e enfrentar três desafios: organização, funcionamento e valor."

Em seguida, Fregni listou algumas redes sociais que estão vivenciando essa experiência, como a dos funcionários do Santander. Em três anos ela já reuniu 450 espaços de discussões, 35 mil opiniões e dos usuários cadastrados, 50% voltaram a interagir na rede.

Outro exemplo é da Boa Vista Serviços (ex- SCPC), a Rede NÓS, na qual os profissionais da empresa trocam informações, ideias e experiências para aumentar a disseminação do conhecimento, colaborar na construção de oportunidades de negócio e para a capacidade de inovar. Para incentivar a criação de ideias foi estabelecida uma moeda, em que os demais participantes podem investir na mesma. Ela contabilizou 593 cadastros no primeiro mês, 305 usuários visitaram o site e 72 ideias foram lançadas. "O começo está certo. Sempre são poucos e depois, com o tempo, explode o número de participantes", esclareceu Fregni. Em breve, a Rede NÓS será estendida para outros interessados da Boa Vista Serviços, como parceiros, clientes e fornecedores, com o objetivo de ampliar a ferramenta de inovação.

Completou a mesa do painel, o presidente da Totvs, Laércio Cosentino, que explicou o funcionamento da rede social para empresas, a ByYou, lançada recentemente. De acordo com ele, a rede permite que o profissional possa gerenciar seu relacionamento, tanto profissional quanto pessoal, através de um único acesso, de modo seguro, sem correr os riscos dos ambientes externo da internet.

Cosentino contou que a solução foi adotada pelas Faculdades Estácio de Sá e mais quatro clientes, cujo nome ainda não pode divulgar, além de tê-la implantada na própria empresa.

*Material disponível em:

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