Pular para o conteúdo principal

A dinâmica geração Y

Por Marcos Coimbra

Se você tem seus vinte e poucos anos, odeia ficar muito tempo no mesmo lugar, atualiza todos os dias seu Twitter ou Facebook e, antes dos 30, deseja extrapolar os cargos de gerência, bem-vindo à Geração Y.

Tema amplamente debatido no mundo corporativo, a tal geração divide fervorosas opiniões. De um lado, os que criticam a formatação do pensamento jovem, através de dogmas corporativos que se traduzem em arrogância, egoísmo e displicência. Na outra ponta, encontram-se os que se impressionam pela capacidade de criatividade, dinamismo e polivalência. Um duelo de gerações que todos os dias ganha novas histórias e protagonistas.

A Tecnologia da Informação, principal fomentador dessa geração, também é um mercado onde pode se encontrar alguns exemplos de "jovens Y". O canal revendedor, por exemplo, já tem de maneira intrínseca o DNA empreendedor - característica marcante da juventude "milionária antes dos 30" - e apresenta desafios diários de crescimento e marketing. É a velha história de "você ser o seu próprio chefe", sonho de consumo de 11 em cada 10 garotos que desejam ser Mark Zuckerberg ou Biz Stone.

A turma do Y é antenada 24h. A explosão dos smartphones - hoje, já são mais vendidos que computadores - ajudou a consolidar uma produção e consumo de informações rápidas e superficiais, o que garante uma comunicação diferenciada não só para uso pessoal como para as empresas. O Twitter ou o Facebook são criadores de oportunidades e, como essa geração já é "heavy users" em casa, são eles que vão comandar essas novas ferramentas.

Os distribuidores ainda não entraram de cabeça nessa geração. Até porque é uma parte do mercado que carrega muitas especificidades. Enquanto fabricantes e lojistas falam para um público amplo e heterogêneo, o distribuidor tem um campo restrito. Se contarmos, segundo nossa última pesquisa, que temos 29 mil revendas no Brasil e que dessas quase 30, você trabalhe com 10 mil, por exemplo, sua comunicação deve ser muito focada, sendo o Twitter e o Facebook, ferramentas de massa que buscam um público pulverizado e irrestrito, ao contrário do B2B.

Apesar disso, observamos hoje que quase todos os grandes distribuidores, mesmo que sem atualizações constantes, têm uma conta no site do passarinho azul.

Mas a geração Y deve entrar na distribuição aos poucos, levando um pensamento diferenciado, principalmente na comunicação e no marketing com o cliente. Além disso, a postura desse profissional, internamente pode fazer bem para todo o time de colaboradores, ao passo que esses jovens buscam incessantemente crescimento, e crescimento rápido de preferência. Essa dinâmica, muitas vezes, é confundida com a tal "arrogância da nova geração" e deve ser gerida por gestores experientes que saibam lidar com a ansiedade dos 20 e poucos anos.

Filhos de uma geração catalisadora de transformações sociais, os novos "mobilizadores" expõem suas ansiedades na rede o que nem sempre se traduz em mudanças efetivas no "mundo real". Eles construíram um novo way of life online, enquanto no seu trabalho você pega o telefone para resolver algum problema, ele tenta um email ou MSN antes. Ou então, não fique preocupado se ele deixar o smartphone 24 horas online e o seu iPod ligado durante o expediente, as suas necessidades são reflexo do meio social que os cerca, assim como na década de 60 era "obrigatório" ler Marx, hoje, é "obrigatório" ser online, full-time e on-time, como diz o slogan de um jornal carioca.

Se antes, as empresas preocupavam-se em buscar bons profissionais no mercado, hoje, a atenção está voltada para a identificação de talentos e desenvolvimento de pessoas na própria equipe. Essa cultura deve se consolidar ainda mais com a chegada da geração Z, sucessora da Y com nascidos a partir de 1990, ao mercado de trabalho. É fundamental que o distribuidor esteja preparado para uma nova formatação de funcionários que está chegando (aliás, já chegou) ao mercado. Conjugar a experiência de profissionais com anos de mercado com a "agressividade" Y é tão complicado quanto importante.

O choque de gerações é inevitável, saber conduzir isso de forma a produzir resultados efetivos e integrados entre toda a equipe é um diferencial que já faz parte do cotidiano corporativo. Com a velocidade latente do mercado, quem não fizer parte dessa transição, já ficou pra trás.


*Material do portal RH, disponível em:
http://www.rh.com.br/Portal/Mudanca/Artigo/7288/a-dinamica-geracao-y.html#


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Do que as Mulheres Gostam?

Lancei na minha turma de Mercadologia um desafio. Fazer a melhor resennha do filme de Mel Gibson e Helen Hunt - Do que as Mulheres Gostam - conectando com todos os assuntos dado em sala. A aluna Maria Eliane Vieira Feitosa ganhou o desafio e um livro sobre Marcas e como achei o trabalho muito bom vou disponibilizar aqui. Abs, Dani Cabraíba DO QUE AS MULHERES GOSTAM INTRODUÇÃO No filme, Nick Marshall interpretado pelo ator Mel Gibson, é um executivo de sucesso, que trabalha em uma agência de publicidade em Chicago e lida diariamente com a batalha dos sexos, tanto pessoalmente como profissionalmente. A vida de Nick muda totalmente com a chegada de uma nova chefe para a agência, e com ela foram aderidas muitas campanhas de publicidade voltadas para o público feminino. Apesar de seu charme e sucesso com as mulheres, ele nunca deu a mínima para o que elas pensam ou dizem, mas terá que mergulhar neste novo mundo para atender às necessidades e exigências de sua chefe, mas as coisas ficam ma...

Como a Internet mudou a forma de nos comunicarmos?

  Em seu livro O poder da comunicação, o sociólogo e professor universitário Manuel Castells define o ato de se comunicar como “compartilhar significados por meio do intercâmbio de informação”. No entanto, ainda segundo o autor, “com a difusão da Internet, surgiu uma nova forma de comunicação interativa, caracterizada pela capacidade de enviar mensagens de muitos para muitos, em tempo real ou em um momento específico”. Em outras palavras, se até pouco tempo atrás os meios de comunicação podiam ser considerados “unidirecionais” -- ou seja, emissores de mensagens generalistas, que eram enviadas a partir de um único ponto para muitos receptores indiferenciados, através de livros, jornais, filmes, rádio e televisão --, hoje em dia, qualquer usuário pode não só criar e emitir a sua própria mensagem personalizada, como também prever e definir o perfil de seus possíveis receptores, sejam eles seguidores no Instagram, inscritos no YouTube, conexões no LinkedIn, ou contatos no WhatsApp. De ...

Conheça 7 opções de ferramentas incríveis de comunicação empresarial

  É impossível falar de  ferramentas de comunicação   sem abordar o contexto em que vivemos.  Afinal, é notório que essa área vive uma  revolução sem precedentes . Já parou para pensar na quantidade de novos  canais , mídias e veículos que surgiram apenas nos últimos 20 anos? Com tantas mudanças, profissionais dessa área passaram a ter que considerar muitas variáveis para tomar decisões em seu dia a dia.  A boa notícia é que, ao mesmo tempo, nunca houve tamanha disponibilidade de tecnologias, especialmente de inteligência de dados. Por exemplo,  97,2% das empresas investem nesse tipo de tecnologia  para embasar suas estratégias comunicacionais, segundo  pesquisa feita pela New Vantage  com mais de 1000 corporações de protagonismo mundial. Nesse contexto, é preciso conhecer as  novas ferramentas de comunicação  que prometem facilitar sua rotina e otimizar os resultados do seu negócio . Quer conhecer uma seleção das melhores...