Um tema que sempre é muito discutido, repensado e mais uma vez discutido...papel das assessorias e agências de comunicação...o que faz o que não faz....o que é o papel do profissional o que não é???? Tantas discussões....
Dani Cabraíba
Repensando o papel da agência de comunicação
Se fosse possível resumir em poucas palavras o trabalho das cerca de duas mil agências de comunicação espalhadas pelo país, as escolhidas provavelmente seriam: reputação, imagem e credibilidade. Isso porque o objetivo do árduo trabalho das assessorias é construir ou fortalecer a imagem de seus clientes, sejam eles focados na área institucional ou diretamente relacionados a produtos.
Não podemos, portanto, mais ter a ilusão de que não fazemos parte da atividade produtiva. Afinal, no fim do dia ajudamos a consolidar a lucratividade empresarial. Na era do capitalismo moderno, o lucro é a atividade-fim de qualquer empresa. E para nós da comunicação, o produto do nosso trabalho é a informação ou, em termos mais abrangentes, a credibilidade.Toda empresa almeja atribuir valores confiáveis a seu negócio. A busca desenfreada pela credibilidade ou por um discurso crível passa pela construção de relacionamentos com entidades, governos e organizações capazes de fortalecer a imagem institucional. Dessa forma, a comunicação passa por uma rede de relações ou, como diria Paulo Freire, um dos mais notáveis pesquisadores da pedagogia mundial: "comunicação é o homem em relação".
Dessa forma, os papéis estão definidos e todos sabem de cor quais as suas responsabilidades. Nós, da comunicação, trabalhando com uma marca (ou branding), somos parceiros nessa luta diária por faturamento. Não estamos à parte do processo. É preciso deixar isso bem claro para aqueles que ainda têm uma ponta de ilusão.Entretanto, vivemos hoje uma época de mudanças, uma sociedade em transição, em que os valores estão sendo rediscutidos. As limitações de tempo e espaço deixaram de existir, as grandes instituições e crenças humanas há muito já se diluíram e o núcleo familiar passa por uma fase de definição, que envolve questões de gênero e minorias antes excluídas do processo de produção. Tudo isso nos leva a refletir que a palavra credibilidade anda em baixa em nossos dias. Desde que o conceito deixou de ser universal e passou a ser relativo, sofrendo inúmeras influências baseadas nas experiências e vivências de cada um, passamos a acreditar que quase tudo é passível de comprovação. Um dos critérios antes indiscutíveis era o rigor científico, mas até mesmo a Ciência deixou de ser crível à medida que a cada dia uma nova pesquisa contradiz a anterior.
Hoje, não sabemos muito bem se tomar café é bom ou ruim para a nossa saúde, só para citar um hábito tão presente no nosso dia-a-dia. Como então podemos trabalhar com credibilidade numa sociedade que não crê? Qual é nosso papel na busca da construção de uma imagem nesse espelho desfigurado que é a nossa sociedade? Com certeza, um novo cenário está se revelando, pautado amplamente na transparência e na lealdade. Não cabem mais atitudes covardes e simplórias, como práticas "avestruzes" de ser. No mundo corporativo, cada vez mais, é preciso ter coragem de enfrentar o novo, o desconhecido. E as agências de comunicação têm de reaprender seu papel, como parceiras na tarefa de desvendar -- ou pelo menos acompanhar -- os avanços advindos da pós-modernidade.
Rose Pinheiro Jornalista, especialista em Comunicação e Educação pela ECA-USP, mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo, e diretora de atendimento da agência Ketchum Estratégia. Professora da disciplina de Teoria da Comunicação dos cursos de graduação em Jornalismo e Propaganda & Publicidade da Universidade 9 de Julho - Uninove
Dani Cabraíba
Repensando o papel da agência de comunicação
Se fosse possível resumir em poucas palavras o trabalho das cerca de duas mil agências de comunicação espalhadas pelo país, as escolhidas provavelmente seriam: reputação, imagem e credibilidade. Isso porque o objetivo do árduo trabalho das assessorias é construir ou fortalecer a imagem de seus clientes, sejam eles focados na área institucional ou diretamente relacionados a produtos.
Não podemos, portanto, mais ter a ilusão de que não fazemos parte da atividade produtiva. Afinal, no fim do dia ajudamos a consolidar a lucratividade empresarial. Na era do capitalismo moderno, o lucro é a atividade-fim de qualquer empresa. E para nós da comunicação, o produto do nosso trabalho é a informação ou, em termos mais abrangentes, a credibilidade.Toda empresa almeja atribuir valores confiáveis a seu negócio. A busca desenfreada pela credibilidade ou por um discurso crível passa pela construção de relacionamentos com entidades, governos e organizações capazes de fortalecer a imagem institucional. Dessa forma, a comunicação passa por uma rede de relações ou, como diria Paulo Freire, um dos mais notáveis pesquisadores da pedagogia mundial: "comunicação é o homem em relação".
Dessa forma, os papéis estão definidos e todos sabem de cor quais as suas responsabilidades. Nós, da comunicação, trabalhando com uma marca (ou branding), somos parceiros nessa luta diária por faturamento. Não estamos à parte do processo. É preciso deixar isso bem claro para aqueles que ainda têm uma ponta de ilusão.Entretanto, vivemos hoje uma época de mudanças, uma sociedade em transição, em que os valores estão sendo rediscutidos. As limitações de tempo e espaço deixaram de existir, as grandes instituições e crenças humanas há muito já se diluíram e o núcleo familiar passa por uma fase de definição, que envolve questões de gênero e minorias antes excluídas do processo de produção. Tudo isso nos leva a refletir que a palavra credibilidade anda em baixa em nossos dias. Desde que o conceito deixou de ser universal e passou a ser relativo, sofrendo inúmeras influências baseadas nas experiências e vivências de cada um, passamos a acreditar que quase tudo é passível de comprovação. Um dos critérios antes indiscutíveis era o rigor científico, mas até mesmo a Ciência deixou de ser crível à medida que a cada dia uma nova pesquisa contradiz a anterior.
Hoje, não sabemos muito bem se tomar café é bom ou ruim para a nossa saúde, só para citar um hábito tão presente no nosso dia-a-dia. Como então podemos trabalhar com credibilidade numa sociedade que não crê? Qual é nosso papel na busca da construção de uma imagem nesse espelho desfigurado que é a nossa sociedade? Com certeza, um novo cenário está se revelando, pautado amplamente na transparência e na lealdade. Não cabem mais atitudes covardes e simplórias, como práticas "avestruzes" de ser. No mundo corporativo, cada vez mais, é preciso ter coragem de enfrentar o novo, o desconhecido. E as agências de comunicação têm de reaprender seu papel, como parceiras na tarefa de desvendar -- ou pelo menos acompanhar -- os avanços advindos da pós-modernidade.
Rose Pinheiro Jornalista, especialista em Comunicação e Educação pela ECA-USP, mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo, e diretora de atendimento da agência Ketchum Estratégia. Professora da disciplina de Teoria da Comunicação dos cursos de graduação em Jornalismo e Propaganda & Publicidade da Universidade 9 de Julho - Uninove
Comentários