Será que é tão difícil realizar uma comunicação interna eficiente nas organizações? É caro? É trabalhoso? Quem vai se responsabilizar? Muitas empresas gastam “fábulas monetárias” com publicidade externa. Querem divulgar um novo produto ou serviço, passar a imagem de forte, séria, competente, mas e quanto aqueles que vivenciam a organização em seu cotidiano? A empresa está realmente atenta ao que eles pensam ou sentem em relação a ela?
Não é algo raro para uma empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte (sendo que vemos exemplos mais claros em empresas médias e pequenas), ter problemas de relacionamento interno, em menor grau com seus fornecedores e em maior grau com seus funcionários.
Informações equivocadas, desconhecimento de políticas e descontentamento com algumas rotinas são padrões bastante encontrados em várias empresas, sejam elas de qual ramo for – e isto inclui as de comunicação (pasmem!). Casa de ferreiro, espeto de pau.
Segundo nota de Acácio Queiroz, presidente da unidade brasileira da Chubb Seguros, para a revista Exame, é importante transmitir as notícias a todos os níveis “para evitar a fofoca e o burburinho e fazer com que todos se sintam parte dos projetos, se o funcionário da base recebe só ordens isoladas, ele não se sentirá motivado”. Não é preciso muito para ter uma comunicação interna eficiente.
O setor específico é importante, mas se não for viável economicamente, pode ser adaptado. Uma simples conversa, uma reunião para expor os planos e mostrar a realidade da organização, podem ocasionar ótimos resultados. Saber se um funcionário que estava doente está melhor, ou questionar alguém que teve que fazer “serão”, se conseguiu dar conta do trabalho sem comprometer sua vida particular, é um ato simples, mas que conta muito, e algumas vezes, até mais que um aumento de salário.
A satisfação dos funcionários não se limita aos ganhos econômicos. Ora, é ali que a pessoa passa grande parte de seu dia. Sentir que é uma parte integrante da empresa e encontrar nela noções de família podem render bons frutos para ambas as partes sem esquecer o mote capitalista que permeia a relação.
O grande desafio da gestão da comunicação é fazer com que a empresa pense nela de forma global. Não apenas atraindo os olhares externos, mas cativando também aqueles que vivenciam sua cultura. Alguma novidade quando digo que a melhor propaganda é feita por quem não ganha nada a mais por ela?
*Viviane Coelho é assessora de comunicação, formada em Relações Públicas e Marketing e especialista em Gestão da Comunicação Organizacional Integrada.
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