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Cultivando marcas como bons vinhos

Rapidez e agilidade tornaram-se atributos bastante valorizados dentro das pequenas e grandes corporações nos últimos tempos, o que implica num apetite voraz por informações em tempo real e uma pressão cada vez maior por resultados imediatos. Existem ocasiões, no entanto, que exigem visão de longo prazo e paciência, como é o processo de construção de marcas.

Conforme conta o arquiteto, designer e diretor da Mais Grupo, Alvaro Guillermo, nem todos empresários sabem lidar com essa dimensão maior de tempo, característica do trabalho de branding, principalmente no Brasil. “Em outros países, se você faz um planejamento de cinco anos, por exemplo, o empresário não vai lhe questionar todos os meses para saber como as coisas estão andando. O brasileiro é diferente. Ele quer ver evolução o tempo todo”, justifica.

Guillermo compara o processo de construção de uma marca com o de produção de vinho. “Quando tomamos um bom vinho, não podemos nos esquecer de que aquele produto foi armazenado por muitos anos. É possível até que a pessoa que escolheu e cultivou a semente que deu origem àquele vinho nem mesmo esteja viva para ver o resultado de seu trabalho”, salienta. “É por isso que devemos entender que vamos desempenhar ações hoje e talvez nem tenhamos tempo de ver o resultado no futuro”, completa.

Lidando com a ansiedade e a pressão por resultados imediatos

Guillermo adaptou uma metodologia para a construção de marcas em pequenas e médias empresas, com etapas bem demarcadas e mensurações frequentes de resultado. “À medida que cada ação é executada, é possível mensurar o resultado. Dessa forma, envolvemos a gestão, os funcionários, o profissional do ponto de venda etc. Através de ações de curto prazo, o empresário recebe o feedback e consegue perceber as mudanças. Isso é importante para que ele perceba que a iniciativa está valendo a pena”, comenta, revelando que, como resultado, o empresário se sente mais confiante para continuar investindo na construção de sua marca.

Citando Tom Kelley e o Design Thinking, Guillermo lembroa a grande transformação em curso no mundo, ressaltando que o design deve ocupar papel central na construção das marcas, independentemente do porte da empresa. Se anteriormente o design estava associado apenas ao desenvolvimento da identidade visual da marca, hoje ele é visto de maneira muito mais ampla, associado ao processo como um todo, porque a concepção da marca não é mais um processo linear.

“O design deve estar presente o tempo todo, desde o início. O processo de concepção hoje é muito mais rico e deve ser conduzido por uma equipe multidisciplinar”, afirma Guillermo, que reeditou recentemente seu livro Branding – Design e Estratégias de Marcas.

*disponivel em: http://br.hsmglobal.com/editorias/marketing/cultivando-marcas-como-bons-vinhos

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