Pular para o conteúdo principal

Neuromarketing: conheça os truques para fazer o consumidor gastar mais

Você entra no supermercado disposto a procurar apenas os produtos da sua lista, mas sai de lá com o carrinho abarrotado de compras. Culpar-se pelo descontrole nem sempre é justo. A responsabilidade pode ser do neuromarketing, uma técnica usada pelo comércio para fazer o consumidor gastar mais.

 O tamanho do carrinho de compras, por exemplo, costuma estar diretamente ligado à quantidade de produtos levados para casa. Dez produtos parecem muita coisa se estiverem dentro de um carrinho pequeno, mas, em um carrinho grande, a impressão é de que a quantidade é menor. O consumidor se sente estimulado a comprar mais.

 Grandes lojas e supermercados também costumam ser projetados de forma que os consumidores sejam forçados a caminhar no sentido anti-horário. Andar nessa direção deixa o cliente mais à vontade, faz com que ele fique mais tempo na loja e gaste até 7% mais.

 Essas são algumas das técnicas listadas pelo dinamarquês Martin Lindstrom em dois livros, "A Lógica do Consumo - Verdades e mentiras sobre por que compramos" e "Brandwashed – Truques que as empresas usam para manipular nossa mente e nos persuadir a comprar".

 "Hoje sabemos que certas áreas do cérebro são responsáveis por determinados tipos de reações físicas e emocionais", diz Lindstrom em entrevista ao UOL.

 Preço simplificado atrai atenção do consumidor.

 A maneira como os preços dos produtos são informados também tem influência na decisão do consumidor. "No caso dos preços, a simplificação é a melhor maneira de atrair a atenção do consumidor", diz o consultor Pedro Camargo, um dos pioneiros no estudo do neuromarketing no Brasil.

 Uma forma de simplificar é tirar símbolos e letras do lado dos números. "Se você escreve R$ 39 ou 39 reais na placa de preço, o produto parecerá mais caro do que se escrever só 39", diz Camargo. A psicanalista e consultora de educação financeira Márcia Tolotti cita outro truque relacionado aos preços: a criação do chamado "preço de referência". Se a ideia de uma empresa é vender um produto que custa R$ 5, por exemplo, colocar no mercado outros dois itens da mesma categoria, um custando menos e outro mais do que R$ 5, pode ser interessante.

 Diante das três opções, o consumidor tende a descartar o produto mais caro, por causa do preço, e também o mais barato, porque ele pode estar associado a uma qualidade menor. O item de R$ 5 parecerá, assim, a escolha mais razoável. "No fim, o consumidor só estará fazendo o que estava planejado para ele fazer", dia Márcia Tolotti.

 Nem todo marketing é perverso

 Em seus livros, Martin Lindstrom chega a citar táticas invasivas que seriam usadas pelos marqueteiros para influenciar crianças antes mesmo de elas nascerem.

 "Mulheres grávidas e seus bebês são afetados pelos estímulos aos quais são expostos durante a gravidez. Esses ‘sinais’ são absorvidos pela corrente sanguínea e deixam a criança com tendência a preferir determinados sons e gostos", diz Lindstrom.

 Ele cita o exemplo de uma marca de cafés asiática que distribuiu, para mulheres grávidas, balas com o sabor da bebida. As crianças teriam começado a tomar café cedo e a preferir a marca que fez a campanha. O próprio Lindstrom, porém, reconhece que ainda faltam evidências científicas mais fortes que comprovem esse impacto nos bebês.

Nem todo marketing é perverso. Ele também pode ajudar as pessoas a tomar as decisões certas", diz a psicanalista Márcia Tolotti. "Mas é mais difícil evitar uma compra diante de um bombardeio de estratégias. Por isso o consumidor precisa analisar muito por que está fazendo aquela compra.

fonte: http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/05/21/neuromarketing-conheca-os-truques-para-fazer-o-consumidor-gastar-mais.jhtm

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Do que as Mulheres Gostam?

Lancei na minha turma de Mercadologia um desafio. Fazer a melhor resennha do filme de Mel Gibson e Helen Hunt - Do que as Mulheres Gostam - conectando com todos os assuntos dado em sala. A aluna Maria Eliane Vieira Feitosa ganhou o desafio e um livro sobre Marcas e como achei o trabalho muito bom vou disponibilizar aqui. Abs, Dani Cabraíba DO QUE AS MULHERES GOSTAM INTRODUÇÃO No filme, Nick Marshall interpretado pelo ator Mel Gibson, é um executivo de sucesso, que trabalha em uma agência de publicidade em Chicago e lida diariamente com a batalha dos sexos, tanto pessoalmente como profissionalmente. A vida de Nick muda totalmente com a chegada de uma nova chefe para a agência, e com ela foram aderidas muitas campanhas de publicidade voltadas para o público feminino. Apesar de seu charme e sucesso com as mulheres, ele nunca deu a mínima para o que elas pensam ou dizem, mas terá que mergulhar neste novo mundo para atender às necessidades e exigências de sua chefe, mas as coisas ficam ma...

Como a Internet mudou a forma de nos comunicarmos?

  Em seu livro O poder da comunicação, o sociólogo e professor universitário Manuel Castells define o ato de se comunicar como “compartilhar significados por meio do intercâmbio de informação”. No entanto, ainda segundo o autor, “com a difusão da Internet, surgiu uma nova forma de comunicação interativa, caracterizada pela capacidade de enviar mensagens de muitos para muitos, em tempo real ou em um momento específico”. Em outras palavras, se até pouco tempo atrás os meios de comunicação podiam ser considerados “unidirecionais” -- ou seja, emissores de mensagens generalistas, que eram enviadas a partir de um único ponto para muitos receptores indiferenciados, através de livros, jornais, filmes, rádio e televisão --, hoje em dia, qualquer usuário pode não só criar e emitir a sua própria mensagem personalizada, como também prever e definir o perfil de seus possíveis receptores, sejam eles seguidores no Instagram, inscritos no YouTube, conexões no LinkedIn, ou contatos no WhatsApp. De ...

Quais as características de uma marca cool?

Quais são as características que podem fazer uma marca ser considerada cool? Mais do que atrair a atenção dos consumidores com produtos ou comunicação diferenciada, é preciso estar antenado às tendências da sua época, contar sua própria história e ser autêntico acima de tudo. Esses são alguns dos tópicos apontados pelo levantamento “12 dicas para tornar a sua marca mais cool”, elaborado pela agência Pitanga Digital Branding, para compreender quais são os atributos em comum das marcas que se encaixam neste perfil. Estes requisitos podem ser observados na estratégia de empresas consagradas globalmente como Nike e Apple, mas também estão presentes em marcas brasileiras, como O Boticário e Havaianas. Essas companhias perceberam que era necessário dar atenção não somente aos produtos, como também a detalhes que fazem a diferença, e conquistam os consumidores sabendo criar uma ligação emocional com os seus públicos-alvos. Antes de tomar qualquer atitude, as empresas devem procurar compre...