Todos os dias, ouço alguns amigos reclamando de seus empregos. Já ouvi chefes dizendo que os jovens que estão no mercado de trabalho têm um problema sério de atitude, pois são mais difíceis de gerir e motivar. Minha intenção é quebrar alguns mitos construídos sobre nós.
Mito 1: não são leais e não querem se comprometer.
Realidade: podemos ser muito leais, mas expressamos isso de uma maneira muito diferente do que muitos gestores X estão acostumados. A lealdade é negociada de momento a momento, semelhante ao que determina a lealdade entre empresa e clientes.
Mito 2: não fazem o trabalho duro e pesado.
Realidade: estamos ansiosos para realizar o que será pedido. Mas não queremos fazer o trabalho pesado ou de rotina quando são tarefas sem justificativa ou que não recebamos crédito por isso.
Mito 3: querem os grandes trabalhos desde o primeiro dia.
Realidade: não queremos perder tempo em adaptações graduais. Queremos estar à frente desde o início, identificar e resolver problemas que nenhum consiga. Buscamos melhorar o que já existe, inventar novas formas que tenham impacto e façam a diferença.
Mito 4: necessitam que o trabalho seja divertido.
Realidade: não queremos ser considerados engraçados, mas queremos ser levados à sério por um trabalho ”convincente”. Queremos aprender através de desafios e compreender a relação entre o trabalho e a missão da empresa. Esperamos trabalhar com pessoas boas e ter alguma flexibilidade para realizar nosso trabalho.
Mito 5: não querem limites.
Realidade: de fato, buscamos trabalhar com total liberdade, mas também queremos ser interrompidos antes de irmos com a cabeça contra a parede. O maior favor que podem nos fazer é estabelecer limites claros com uma estrutura onde possamos nos mover com alguma autonomia. Queremos líderes e gestores que saibam quem são, que saibam o que fazer, que se comprometam conosco e que deem suporte técnico e pessoal para nos ajudar a resolver os problemas. Eles devem seguir de perto nossos seus sucessos.
Mito 6: apenas o dinheiro lhes interessa:
Realidade: o dinheiro é apenas uma questão de base. Ao pedir mais, estamos perguntando: o que se deve fazer para ganhar mais? Afinal, o que de fato nos preocupa são outras coisas como horários, relacionamentos, autonomia no trabalho, oportunidades de aprendizagem, local de trabalho.
Mito 7: não respeitam os mais velhos:
Realidade: nós respeitamos os mais velhos. E isso é visível por estarmos mais próximos de nossos pais e avós, que são de outra geração. Contudo, também queremos respeito através de um relacionamento semelhante ao que temos com nossos colegas.
Bruno de Souza
Minha honesta preocupação é que essas dicas, muitas vezes, viram exigências dos Y, mesmo sem apresentar a performance prometida. Normalmente, esse conjunto de exigências são feitas por diretores ou talentos que entregam muito além do esperado. E, na realidade, não os vejo trabalhando em alta performance, o que, naturalmente, daria o direito de exigir tais “condições”.
Minha dica é: transforme o Mito 2 e o 3 em realidade. Trabalhe muito, demonstre disposição, comece, sim, por baixo – a maioria de nós começou, porque o Y não pode fazer isso? Pegue uma tarefa rotineira sem fazer cara feia ou de indignação e transforme-a em um alto desafio pra você. Faça algo excepcional com essa tarefa que você considera “menor”. Isso demonstra humildade, disposição e criatividade. E então, quando você fizer algo extraordinário, ou pelo menos algo mais do que o normal com a tarefa rotineira, aí dá para pedir uma “tarefa desafiadora”.
Não conheço nenhum talento excepcional que começou no mundo organizacional fazendo tantas exigências assim, ou precisando de tantas condições para desempenhar bem e entregar o prometido. Eles entraram no sistema, tiveram sempre inúmeros obstáculos de gestão, aprenderam como tudo funcionava e foram fazendo, ao longo do tempo, modificações para o bem da Organização, e claro, para o seu desenvolvimento. E então, depois de passar por tudo isso, triunfaram.
Eduardo Carmello
Os jovens estão vivendo um momento impressionante. Nasceram em um mundo com muitas possibilidades e também com muitas facilidades, resultantes das tecnologias que fazem com que a velocidade das mudanças se tornem parte da vida. Entretanto, esse cenário trouxe também uma distorção na realidade, fazendo com que os jovens, muitas vezes, acreditem que as transformações devam acontecer para que eles se posicionem.
Apesar das grandes transições que vemos atualmente, algumas coisas ainda se mantêm imutáveis. Uma delas é que toda mudança ocorre de dentro para fora – isso se aplica principalmente no mundo corporativo –, e por isso os jovens não devem ter a ilusão de que as empresas irão se transformar completamente somente para recebê-los.
Outra verdade que transcende todas as gerações é que os jovens sempre foram os principais agentes de mudanças da sociedade. Portanto, o melhor que podem fazer é entrar no jogo e, estando na empresa, superar os desafios para promover as transformações que acreditam serem necessárias. O nome disso é evolução, qualquer outra atitude de caráter reivindicatório é pura imaturidade.
Sidnei Oliveira
Fonte: http://exame.abril.com.br/rede-de-blogs/sidnei-oliveira/2012/04/23/geracao-y-mito-realidade-ou-apenas-exigencias/
Realidade: podemos ser muito leais, mas expressamos isso de uma maneira muito diferente do que muitos gestores X estão acostumados. A lealdade é negociada de momento a momento, semelhante ao que determina a lealdade entre empresa e clientes.
Mito 2: não fazem o trabalho duro e pesado.
Realidade: estamos ansiosos para realizar o que será pedido. Mas não queremos fazer o trabalho pesado ou de rotina quando são tarefas sem justificativa ou que não recebamos crédito por isso.
Mito 3: querem os grandes trabalhos desde o primeiro dia.
Realidade: não queremos perder tempo em adaptações graduais. Queremos estar à frente desde o início, identificar e resolver problemas que nenhum consiga. Buscamos melhorar o que já existe, inventar novas formas que tenham impacto e façam a diferença.
Mito 4: necessitam que o trabalho seja divertido.
Realidade: não queremos ser considerados engraçados, mas queremos ser levados à sério por um trabalho ”convincente”. Queremos aprender através de desafios e compreender a relação entre o trabalho e a missão da empresa. Esperamos trabalhar com pessoas boas e ter alguma flexibilidade para realizar nosso trabalho.
Mito 5: não querem limites.
Realidade: de fato, buscamos trabalhar com total liberdade, mas também queremos ser interrompidos antes de irmos com a cabeça contra a parede. O maior favor que podem nos fazer é estabelecer limites claros com uma estrutura onde possamos nos mover com alguma autonomia. Queremos líderes e gestores que saibam quem são, que saibam o que fazer, que se comprometam conosco e que deem suporte técnico e pessoal para nos ajudar a resolver os problemas. Eles devem seguir de perto nossos seus sucessos.
Mito 6: apenas o dinheiro lhes interessa:
Realidade: o dinheiro é apenas uma questão de base. Ao pedir mais, estamos perguntando: o que se deve fazer para ganhar mais? Afinal, o que de fato nos preocupa são outras coisas como horários, relacionamentos, autonomia no trabalho, oportunidades de aprendizagem, local de trabalho.
Mito 7: não respeitam os mais velhos:
Realidade: nós respeitamos os mais velhos. E isso é visível por estarmos mais próximos de nossos pais e avós, que são de outra geração. Contudo, também queremos respeito através de um relacionamento semelhante ao que temos com nossos colegas.
Bruno de Souza
Minha honesta preocupação é que essas dicas, muitas vezes, viram exigências dos Y, mesmo sem apresentar a performance prometida. Normalmente, esse conjunto de exigências são feitas por diretores ou talentos que entregam muito além do esperado. E, na realidade, não os vejo trabalhando em alta performance, o que, naturalmente, daria o direito de exigir tais “condições”.
Minha dica é: transforme o Mito 2 e o 3 em realidade. Trabalhe muito, demonstre disposição, comece, sim, por baixo – a maioria de nós começou, porque o Y não pode fazer isso? Pegue uma tarefa rotineira sem fazer cara feia ou de indignação e transforme-a em um alto desafio pra você. Faça algo excepcional com essa tarefa que você considera “menor”. Isso demonstra humildade, disposição e criatividade. E então, quando você fizer algo extraordinário, ou pelo menos algo mais do que o normal com a tarefa rotineira, aí dá para pedir uma “tarefa desafiadora”.
Não conheço nenhum talento excepcional que começou no mundo organizacional fazendo tantas exigências assim, ou precisando de tantas condições para desempenhar bem e entregar o prometido. Eles entraram no sistema, tiveram sempre inúmeros obstáculos de gestão, aprenderam como tudo funcionava e foram fazendo, ao longo do tempo, modificações para o bem da Organização, e claro, para o seu desenvolvimento. E então, depois de passar por tudo isso, triunfaram.
Eduardo Carmello
Os jovens estão vivendo um momento impressionante. Nasceram em um mundo com muitas possibilidades e também com muitas facilidades, resultantes das tecnologias que fazem com que a velocidade das mudanças se tornem parte da vida. Entretanto, esse cenário trouxe também uma distorção na realidade, fazendo com que os jovens, muitas vezes, acreditem que as transformações devam acontecer para que eles se posicionem.
Apesar das grandes transições que vemos atualmente, algumas coisas ainda se mantêm imutáveis. Uma delas é que toda mudança ocorre de dentro para fora – isso se aplica principalmente no mundo corporativo –, e por isso os jovens não devem ter a ilusão de que as empresas irão se transformar completamente somente para recebê-los.
Outra verdade que transcende todas as gerações é que os jovens sempre foram os principais agentes de mudanças da sociedade. Portanto, o melhor que podem fazer é entrar no jogo e, estando na empresa, superar os desafios para promover as transformações que acreditam serem necessárias. O nome disso é evolução, qualquer outra atitude de caráter reivindicatório é pura imaturidade.
Sidnei Oliveira
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